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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre a morte


Domingo faleceu um tio meu.
Apesar de não ser tio de sangue, tinha por ele um carinho grande.
Então, Segunda feira pela manhã, eu e o meu marido seguimos para o Alentejo para dar algum apoio à minha tia, primos e para uma última despedida.
Fiquei bastante surpresa quando cheguei ao local onde iria decorrer o memorial de despedida e a cremação.
O local e as instalações eram lindas!
Parecia tudo menos um local onde a dor e a tristeza são o dia a dia dali.
O sítio, Complexo Funerário de Elvas ,  mais parecia um hotel de férias.
Algumas pessoas comentavam que assim a morte não parecia tão feia e dolorosa. Toda a tranquilidade e beleza do local nos transmitia isso.
As pessoas encaravam tudo aquilo como uma breve despedida, como alguém que ia viajar e em breve nos reencontraríamos. De alguma maneira, era reconfortante até.
E eu creio nisso.
Creio na vida eterna, creio na eternidade, creio que Jesus nos veio dar vida e vida em abundância.
Por meio Dele podemos ter esta esperança.
Mas ainda assim, olhei para tudo aquilo e pensei:
Ainda que se procure "embelezar" a morte, ela é e continua a ser nossa inimiga.
A morte é sempre dolorosa, porque ela leva de nós pessoas que amamos e que gostaríamos de continuar a ter do nosso lado.
Deixamos de as poder ver e tocar.
Ela é anti-natura. Eu odeio a morte!
No entanto, foi por causa dela e de todas as questões que ela me fazia levantar sempre que alguém morria, que fiz a minha busca por Deus e que O encontrei.
Porque foi Ele mesmo que colocou o desejo de eternidade dentro dos nossos corações e a nossa alma só encontra sossego quando finalmente O encontra!
Por isso, quando vou a um funeral, o meu pensamento vai sempre para uma passagem no livro de  Eclesiastes, capítulo 7, que nos diz:

É mais útil ir a funerais do que a festas de aniversário. Porque todos teremos de morrer; e é uma boa coisa pensar nisso enquanto é tempo.
A tristeza tem mais valor do que o riso, pois que a tristeza exerce sobre nós um efeito depurador. Sim, uma pessoa sábia pensa muito na morte; enquanto que o insensato só pensa em gozar bem do presente.

Posso hoje ter esta certeza de que a morte não é o fim .
Jesus destruiu o poder dos seus efeitos, ao ressuscitar naquele Domingo de Páscoa.
Caminho com essa alegria dentro de mim.
Mas o tempo para pensar e reflectir sobre isso é Hoje. Agora!
Se hoje escutares a voz de Deus a falar ao teu coração, não te faças surdo e vai ao encontro Daquele que tem o poder para te dar a vida eterna.

10 comentários:

Jorge Oliveira disse...

"A morte não é o fim."

Um abraço.

Vilma disse...

Parafraseando uma amiga querida:
"Ao procurar respostas para a morte, encontrei a Vida!"
:))

Manuel Pintor disse...

Em tudo na vida
a morte faz dela parte
mas não os seus limites!

Rosa Barros disse...

A morte ainda é um grande desafio humano. Não estamos preparados para a morte. Mas a morte tem um grande ensinamento: a lição do desapego.
A vida é pura impermanência, é pura transformação, pura renovação. Uma mente apegada é uma mente que bloqueia a fonte sapiencial e polui a vida de acesso à Fonte Divina.
Na maioria das vezes pensamos ter a posse de alguém que muito amamos, sofremos ao nos separarmos dele. A realização espiritual não está em nos apegarmos aos entes queridos, e sim nos interagirmos fraternalmente uns com os outros no momento presente.
Na verdade não vivemos bem a vida e por isso tememos a morte e todas as suas consequências.
O ideal é que tivessemos uma educação para a morte, vivendo a vida plenamente sem apegos, sem egoísmos, sem posses.
É duro, é uma dura lição. Mas estão nos designios Divinos, faz parte da vida, aliás dança com ela.
Saibamos viver o agora, a se relacionar no agora, a amar no agora, e a desapegar-se de tudo no agora.
A sabedoria oriental que capta lições da natureza diz: "Quando os gansos atravessam o lago, o lago não conserva seus reflexos depois que eles se foram", "Quando o vento chega e oscila o bambu, o bambu não guarda o som depois que o vento passou."
Beijos Vilma, e parabéns!

Vilma disse...

Manuel:
"Quando os nossos perecíveis corpos terrenos forem transformados em corpos celestiais que nunca morrerão - então se cumprirá o que diz a Escritura: A morte foi tragada na vitória. Onde está pois, ó morte, a tua vitória?Onde está o teu aguilhão?"
I Coríntios 15:54-55

Vilma disse...

Rosa:
Gostei muito da tua intervenção sobre este post.
Sem dúvida, nada na vida é nosso, sejam pessoas ou bens.
tudo nos é dado por empréstimo e somos apenas mordomos daquilo que Deus nos coloca no nosso caminho.
Hoje pensava em como Jesus é sempre o nosso exemplo a seguir: Ele amava as pessoas, fez bons amigos, mas Ele não se apegou a nada e nem a ninguém. Não é fácil ter esta sabedoria no viver, mas por isso que Deus nos vai moldando e ensinando através das circunstâncias, quando nos dispomos a colocar nas Suas mãos e Seus planos.
Aprender a desfrutar com alegria e amor todos quanto passam por nós, deixar a nossa marca nas pessoas e quando chegar a hora, apesar da saudade, saber que não é um adeus e sim, um até breve.
Um abraço querida Rosa!

Roberta Lima disse...

Vilma,

No ano de 2009 perdi muitas pessoas queridas e uma delas foi meu pai.
Confesso que é ainda muito doloroso, mas aprendi e aprendo muito em todo esse processo.
Quantas vezes deixamos coisas insignificantes se transformarem em gigantes e quando a "onda da morte" bate sobre nossos frágeis castelos, fazendo com que tudo desmorone é que realmente enxergamos a efemeridade da vida.
Quantas oportunidades perdemos de amar, de falar, de abraçar e quando realmente conseguimos vislumbrar a transitoriedade e a fragilidade da vida, somos levados a uma transformação radical de parâmetros.

Gostei muito do post querida, obrigada por compartilhar!

Vilma disse...

Roberta:
Agradeço a tua partilha também.
um abraço para ti!
DTA

Marlene Maravilha disse...

Que maravilha podermos crer desta maneira!!Uno-me a ti neste post!As perdas sao mesmo difíceis.
Passo para deixar-te um beijo europeu, porque hoje regresso ao meu país de origem!
Deus te abencoe e a família!

carmen disse...

Nada se compara à certeza da Vida Eterna que há em Jesus; não por nossos méritos, mas pela Sua bondade.

Então, quando vou a um funeral procuro mostrar de alguma forma que podemos ter vida eterna em Jesus!

Gostei do seu post!

bjs

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