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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Silêncio


Tenho estado ausente da escrita por aqui no blogue.

Por vezes, é preciso, pois no silêncio também se fala.
Mas melhor ainda, escuta-se.
Já o livro de Eclesiastes fala-nos que há um tempo certo para tudo e que há um tempo para calar e outro para falar.
Então, talvez seja tempo para partilhar o que escutei durante o meu silêncio e não só.
Tenho na verdade, paixão por escrever e por fotografar.
Nas palavras, procuro transmitir o que vai dentro de mim.
Nas fotografias, o que o meu olhar consegue captar para além do que se vê.
Ao retomar a escrita por aqui - sim, digo por aqui, porque continuo apaixonada por escrever em cadernos lindos - partilho um poema sobre o silêncio, escrito por Nivaldo Joaquim com uma foto do entardecer observado da minha janela.



Psiu!! Silêncio! 

Silenciar é muito importante e faz-nos crescer.
No silêncio surgem coisas que os nossos olhos não conseguem ver.
Escutar nos engrandece e aprendemos como melhor viver.



Psiu!! Silêncio!
Queres falar com Deus? Silencia. Ele se revela mansamente.
Escuta a sua alma, o seu coração. É ai que Ele fala com a gente.
No nosso íntimo, na nossa essência,  Ele enriquece a nossa mente.



Psiu!! Silêncio!
Quando amamos de verdade, o silêncio fala mais que um discurso.
O amor fala por nós. O nosso abraço e carinho das angustias muda o curso.
E no silêncio a gente acolhe, aconchega, acaricia quem está confuso.



Psiu!! Silêncio!
Silenciar é preciso. Escuta apenas o som do vento.
É Deus que fala e se revela neste momento.
Abre  o teu coração, deixa-te acolher por Ele. Psiu!! Silêncio!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus


"Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. 
De sol quando acorda. 
De flor quando ri. 
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. 
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete. 
Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. 
O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver. Tem gente que tem cheiro de colo de Deus e ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível: 
a gente tem certeza.”

Ana Jácomo

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sobreviver para viver

"Não tenho medo de morrer;
tenho medo de não viver.
De deixar os anos passarem
e eu passar pela vida sem nada para deixar
aos que por mim passam.

Quero viver o presente à luz
da eternidade.
Como se toda a manhã
fosse o último dia,
e como se o último dia 
fosse a primeira manhã.

Anseio morrer pelo que acredito
em cada pulso;
por cada chão
no meu riso e choro.
Isso dá-me a certeza
de que não vivo para sobreviver;
sobrevivo é para viver.”


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo das suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É Proibido Amor não Demonstrar
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chama-los somente quando necessitas deles.
É proibido não seres tu mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de ti,
Esquecer aqueles que gostam de ti.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer o teu destino,

Ter medo da vida e dos seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer  os seus olhos, seu sorriso, só porque os seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer  o teu passado e paga-lo com  o teu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que uma tua,

Não saber que cada um tem o seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar a sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de ti,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver a tua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem ti  este mundo não seria igual.

Pablo Neruda

quarta-feira, 3 de março de 2010

Urgente Permanecer

Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.

Eugénio de Andrade

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sonda-me


Sonda-me, ó Deus, pois sei que nem eu me conheço,
não sei o que desejo e nem o que mereço,
que caminho seguir, que palavras dizer,
que sementes plantar e que frutos colher.

Tu que criaste, ó Deus, o coração humano,
imenso como o céu, profundo como o oceano,
podes sondá-lo bem, com poder e firmeza,
esquadrinhá-lo, enfim, na sua profundeza
e arrancar o que é mau: a vaidade mesquinha
e o ódio, como quem arranca a erva daninha,
que faz secar o verde e faz morrer a flor,
a humildade e a pureza, a submissão e o amor.

Sonda-me ó meu Senhor, com Teu olhar paterno,
e guia-me afinal pelo caminho eterno.
O caminho de paz, o caminho de luz,
o caminho de amor de Teu Filho Jesus!
Que outro não há, bem sei, que nos conduz à calma.

Sonda meu coração e esquadrinha minh'alma,
mede o meu pensamento e a minha vida sonda,
que de Ti - ai, bem sei! - não há o que se esconda:
nem a estrela no céu, nem a haste no feixe,
nem o peixe no mar, nem o ímpio no peixe,
nem o orvalho na flor, nem a flor no caminho,
nem a concha na areia ou a rosa no espinho.

Tudo escutas, ó Pai, terrivelmente tudo,
do soluço mais grave ao riso mais agudo.
Sonda-me ... o Teu olhar é penetrante e terno,
a Tua voz é clara e o Teu Caminho eterno,
e eu sei que, após sondar-me, afinal me darás
a verdadeira paz, a procurada paz!

Poema de Gióia Júnior

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Alma

É fácil trocar palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter a sua torrente!Alinhar ao centroComo é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa.
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 31 de março de 2008

Amar ...

... É escolher a dor que não se quer sentir.
É fechar os olhos enquanto se pode ver.
Tentar compreender,
quando tudo o que se quer é sentir e ver,
quando os olhos já não bastam para observar,
nem as palavras para dizer.

Nasce na entrega do que não se tem,
sobrevive na condição irrefutável do ser em estar junto.
É dádiva de Deus.
Acontece na procura pelo estar perdido
e existe enquanto estiver nos braços de Deus, seu inventor.

Não vem de nós mesmos.
Se amo, perco.
Pois na vida eu só tenho aquilo que deixo.


Caio Kaiel - Pescador

segunda-feira, 17 de março de 2008

Cordeiro de Deus


Eu deveria estar, pelo meu vício,
pelo meu crime, pela minha falha,
no tribunal, na arena ou na fornalha,
a padecer o mais atroz suplício.

Mas a Palavra Tua, que agasalha,
nos prometeu a vida, desde o início;
e, sob um céu escuro de mortalha,
sofreste ali no Altar do Sacrifício.

Tu padeceste em meu lugar, subiste
à cruz pesada, desolado e triste
como a ovelhinha silenciosa e mansa ...

E, comovendo a própria natureza,
Tu nos levaste ao reino da Certeza
pelo caminho estreito da Esperança!

Gióia Júnior - Orações do Cotidiano

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Por inteiro


Por favor, não me analises
Não procures cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me cortes em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Envolve-me todo nos teus braços
E eu serei o perfeito amor.

Mário Quintana

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Tempo para a Poesia

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa

terça-feira, 29 de maio de 2007

Poema à toa

Não amo a côr dos olhos:
Amo o olhar!
Não amo a brancura dos dentes:
Amo o sorriso!
Não amo o contorno dos lábios:
Amo o beijo!
Não amo o formato dos braços:
Amo o abraço!
Não amo o alongado dos dedos:
Amo a carícia!
Não amo as curvas das pernas:
Amo o andar!
Não amo o volume dos seios:
Amo o aconchego!
E que bom não seja isto uma escultura
Seja apenas um poema à toa
Porque não amo um corpo
Amo uma pessoa!
Moacyr Sacramento

terça-feira, 15 de maio de 2007

As crianças são

a alma de Deus.


São crianças brincando,
São lindas flores celestes,
São vida, são encanto,
São a luz que ilumina os terrestres

São a paz, são a alegria,
São o mundo que ninguém roubou,
São a alma de um Rei,
A quem todo o ser humano amou.

Texto de David Santos
Só Verdades

terça-feira, 8 de maio de 2007

Entrega

Tempos atrás, eu tinha um barquinho de pesca

E parti com ele para o alto-mar.
Para onde a brisa soprasse,
Para ali virava a minha embarcação.

Meu era o barco, e meu, o vento,
Meu era o mar, sem qualquer preocupação.
E no meu barco eu labutava durante a noite.
Ao pôr-do-sol, partia para pescar.
De manhã, ele vinha pesado com o produto da pesca,
Que com habilidade e muito esforço eu conseguia granjear.

Meu era o barco, e minha, a rede,
Minha, a habilidade e o poder de pescar.
Certo dia, quando eu lançava a rede ao mar,
Passou pela praia um homem
Que falava de maneira singular.
Segui-o. Minha vida mudou.

Meu era o barco, mas a voz era dele,
E dele o chamado; mas, minha, a decisão.
Ah! Foi uma noite terrível, aquela, no lago,
E toda a minha habilidade de nada valeu.
Então fui acordá-lo e gritei: "Toma!
Assume o comando, senão perecerei!"

Dele era o barco, e dele, o mar,
E dele a paz que tudo aquietou.
Certa vez, do seu barco, ele ensinou a multidão que o buscava,
Depois ordenou que eu lançasse a rede ao mar.
Reclamei, mas obedeci. Pouco depois,
Espantei-me com a pesca e me retratei.

Dele era o barco, e dele, o poder.
Dele, a pesca, e dele, todo o meu ser.
Joseph Addison Richards
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