Um pastor alemão de côr preta, a que demos o nome de "Negrito". Era grande e meigo. Parecia um urso. Ultra protector. Fez parte da minha vida dos 4 aos 14 anos. E era tão meigo e protector, que uma vez, uma ninhada de pintos, abandonados pela mãe galinha, foram andando pelo quintal fora, em busca de aconchego. E onde encontraram esse aconchego? Junto do Negrito (Guita, era o dimimuitivo dele). E o Guita, apesar do seu tamanho e aparência, tinha um coração amoroso e paterno. Acolheu os pintainhos, criou-os e eles tornaram-se galos e galinhas lindos. Passavam a vida de roda do Guita, tirando-lhe as pulgas e as carraças e foi muito difícil mandar aquela ninhada para a panela! Tinham outra particularidade: toda esta ninhada gostava de comer (imagine-se) carne!!! Porque seria?? :)))) Saíam ao pai do coração!
- Um casal de gatos Birmaneses: ela de nome "Maggie" e ele, "Matinhos". Ela era doce e meiga. A ternura ambulante. Ele, briguento, mau e mau e mau! Mesmo para nós! Envolvia-se em brigas com todos os gatos das redondezas e chegámos ao ponto de o prender como um cão, pois ele atacava qualquer pessoa na rua. Tinha trela e passava o dia a miar, zangado por estar preso e pior ainda, porque "a tal " ninhada de pintos ainda lhe roubava o comer!! hehehehehe No entanto, debaixo deste espírito de rebeldia, escondia-se um coração apaixonado. Quando a Maggie morreu, o coração dele pura e simplesmente não resistiu à saudade. Recusou comer e foi definhando, definhando até, pura e simplesmente, morrer de saudade! Morrer de amor! Pode?
- Um gato amarelo, chamado "Bera". Não por ser mau, mas porque foi um resistente. A mãe morreu tinha ele e os seus irmãos 15 dias. Ficámos com ele. E só ele sobreviveu. Ainda de olhos semicerrados, foi criado por nós com muito amor e tornou-se um gato lindo! Grande, brincalhão, cheio de vida. Quando tinha 2 anos, desapareceu. Procurámos por ele em toda a vizinhança, no entanto, nada dele. Já tínhamos desistido, quando ao fim de 10 dias nos disseram que tinha sido encontrado um gato amarelo num buraco, que já nem tinha forças pra miar ou andar. Colocaram-no junto ao lixo. Fomos ver e era ele. Ficámos tristes por ver como um gato tão imponente tinha ficado por metade. Dez dias preso, sem comer, num desespero para trepar, deram conta dele. Nesse mesmo dia em que o encontrámos, ele morreu. Aguentou até ser encontrado para poder morrer a olhar para os olhos da dona. Uma última vez!
Cada uma destas histórias mostram que os animais têm muitas lições pra nos dar. Lições de altruísmo, de amor, de fidelidade.
Pude ter a alegria e o privilégio de conviver com animais tão especiais. Acredito que, de certa forma, aprendi mais com todos esses bichos, que eles comigo.
6 comentários:
Ahhhh... eles tb devem ter aprendido bastante com a dona, aposto!
Emocionei-me... A Julie ensinou-me um amor diferente pelos animais. Chego a ter saudades dela ao fim do dia de trabalho... É a minha primeira gata, aliás, o primeiro animal que vive literalmente comigo. É um concentrado de ternura :)
Neste exato momento, há uma calopsita do meu lado esquerdo. Ela não para de gritar enquanto não está perto de mim, quando estou em casa. Andando por ai, está a Duda, uma cadela da raça pastor alemão, super protetora e muito amorosa. Há uma coelha danada de brava que originou uma comunidade específica no Orkut e alguns peixes em uma aquário na sala. A Dedé acabou de me pedir para comprar um canário. Se deixar ela transforma a casa em um Zoo. Todos nós aqui em casa gostamos de animais, pena não termos mais espaço.
Você disse que eles não aprendem com você, mas discordo, certamente eles são muito parecidos com você. É só olhar para a descrição que fizeste de cada um deles.
Luis: tomo isso como um tremendo de um elogio! Obrigada! E pelos vistos a bicharada também faz parte da tua vida certo? Eles são uns companheiros incriveis! Um abraço luso!
Você está certíssima. Abraço brasileiro.
: )
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