Ao final de três dias em casa, com uma bebé doente e saber que tenho coisas urgentes para terminar no trabalho, começo a precisar de apanhar ar da rua.
E ontem, quando o meu marido chegou a casa, disse-lhe que ia eu ao supermercado comprar pão, quanto mais não seja, para espairecer. E ele ficou um pouco com a nossa pequenina.
Dou por mim na rua, a aproveitar o sol que já se punha. Comprei o pão e fui dar uma volta. O que me apetecia mesmo era ir para o campo e observar a minha hora favorita acontecer: o pôr do sol.
Olho para as montras sem interesse e dou por mim a perguntar: "O que faço aqui?". Sinto-me como que perdida. Sair assim, sozinha, mesmo que para espairecer, deixou de ter sentido. A minha filha e o meu marido estão em casa e é lá que está o meu coração, mesmo depois de estar entre quatro paredes tanto tempo seguido. E volto para casa.
Estive 15 ou 20 minutos ausente. Se tanto. Entro e ouço: "Olha, a mamã!!" e vejo dois bracinhos abertos a correr para me abraçar, como se a minha ausência tivesse sido uma eternidade. E nesse abraço, senti realmente que espaireci.
Mas que sabe bem sentir que sentem a nossa ausência, sabe!
2 comentários:
É. É assim.
Todos nós precisamos de tempo e espaço só para nós mas o que dá sentido à nossa vida são os outros: aqueles que amamos e que nos amam.
Bjs
É verdade, Margarida. Eu tenho mesmo necessidade do meu espaço, do meu tempo a sós comigo mesma. Mas ontem não fez sentido mesmo. E nem sempre faz.
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