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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Sismo de 28 de Fevereiro de 1969

Faz hoje 45 anos, acordei no meu quarto com a minha cama a andar de um lado para o outro.
Achei muito divertido aquilo.  Tinha quase 4 anos e não fazia ideia de que estava a ocorrer um violento sismo naquele preciso momento.
O meu pai foi-me buscar ao quarto e enquanto caminhava de volta para o quarto dos meus pais, ele fazia uma autêntica dança no hall de entrada, pois era sacudido violentamente de um lado para o outro. 
Morávamos num 7º. ou 8º. andar e o prédio balouçava como se fosse gelatina.
Os meus pais ainda pensaram em sair de casa para irmos para a rua. Mas as pessoas gritavam nos elevadores, presas neles.
E o meu pai acabou por dizer: Se tivermos de morrer, que morramos juntos!
E ficámos ali, deitamos todos juntos na cama, a aguardar o que viria a seguir.
Nunca mais esqueci esse dia. O uivo e o ronco que vinham do sismo eram assustadores, assim como ouvir o grito das pessoas, mas em momento algum senti  medo.
No dia seguinte, a destruição estava bem à nossa vista: casas mais antigas caídas, carros enfiados em rachas nas estradas e o rosto das pessoas em pânico.
No meio disso tudo, a calma e a serenidade do meu pai, foram uma mais valia para me sentir segura.
Não me esquecerei!


2 comentários:

Avozinha disse...

Também nunca esquecerei, já que eu era mais velha, 20 anos. Dormia ao lado da minha irmã, em duas camas separadas. Acordei com o balouçar e com o ruído da terra. A minha irmã gritou e eu fui ter com ela à cama dela, mas caí... O roupeiro ao fundo das nossas camas fazia uma dança louca, a ver se caía para cima de nós ou se desfazia contra a parede. Ui!

Dulce disse...

Eu tinha 3 anos e não me lembro de nada. Diz que houve lá na aldeia quem viesse nu para a rua (era como dormia), se calhar foi por isso que me esqueci. Trauma. Amnésia selectiva. :)

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