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terça-feira, 15 de junho de 2010

Educação Sexual


Ainda estou a tentar digerir a última do Estado: Educação Sexual obrigatória a partir dos 6 anos de idade!
De modo algum sou contra a boa Educação Sexual.
Sou a favor que os pais esclareçam os seus filhos, tenham diálogos com eles sobre a sexualidade, pois entendo que só assim preparamos jovens adultos saudáveis e capazes de fazer escolhas coerentes.
A melhor forma de ajudar os nossos filhos, é falar, informar e esclarecer.
Mas o modo como o Estado está a impor, de maneira alguma posso concordar.
Como pode impor uma disciplina como obrigatória, como a Educação Sexual, e no entanto, deixar as disciplinas como Moral, facultativa?
Já nem me refiro à Religião, que isso entendo que seja opcional.
Mas Moral?
Não será mesmo a falta de valores morais, que tem destruído a mentalidade do país?
Então, e acha-se o Estado capaz de passar valores como a Sexualidade, quando, nem os morais sabe passar?
Que critérios vai o Estado usar para ensinar sexualidade às crianças e jovens?
Que coisas vai ter em conta? As idades, a diferença entre a maturidade das meninas e dos meninos?
Que passará pela cabeça de uma criança de 6 anos quando lhe espetarem com um KIT onde vai encontrar, entre vários livros, um pénis de plástico, pílulas anti-concepcionais e do dia seguinte, preservativos para homem e mulher, DIU's ?
Que valores se vão passar às crianças e jovens?
Tenham sexo à vontade, desde que usem isto??
É esta a Educação Sexual que o Estado vai passar?
Como mãe, não concordo que o Estado se encontre habilitado para ser educador sexual da minha filha!
Pelo menos, nestes critérios e desta forma!
Para mim, Educação Sexual não é ensinar como ter relações sexuais sem o perigo de se ter "filhos" ou evitar doenças venéreas.  
Mas percebo que seja mais conveniente, mais lucrativo e menos trabalhoso...!
E mais uma vez, vamos comer e calar.

6 comentários:

Karla disse...

Quando vi a foto do kit fiquei precisamente com a mesma sensação. Mas ao ler a portaria que regulamenta isto (aqui: http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Governo/Ministerios/MEd/Documentos/Pages/20100414_ME_Doc_Educacao_Sexual.aspx) fiquei um pouco mais descansada. Um pouco, não totalmente. Os conteúdos parecem-me bastante adequados a cada idade, pelo que duvido que vão entregar um kit destes a crianças da primária. Claro que esperarei para ver. Acima de tudo preocupam-me os professores. Trata-se de um assunto que requer extrema sensibilidade... veremos.

Dulce disse...

Olha, je ne sais pas. Como professora que fui não me sentia habilitada nem predisposta para ensinar essas coisas. E como menina de oito anos que também fui, fiquei extremamente chocada quando a minha mãe fez questão de me contar tudo com todos os pormenores. Porque nunca lhe tinha perguntado, e dado o pouquíssimo à-vontade que tinha com ela nessas matérias, nunca iria perguntar. Honestamente, tenho a certeza que me teria sido melhor aprender por mim, como aprendem os meninos a quem nada é ensinado.

carmen disse...

Eu, como enfermeira, fico dividida, pois a criançada está se iniciando sexualmente cada vez mais cedo...

Mas tem que haver critérios e muita, muita sabedoria, para não estimular o sexo precocem ao invés de esclarecer dúvidas da própria criança, aos poucos... à mediada que elas nos solicitam, de acordo com o seu amadurecimento pessoal.
E um assunto muito controvertido e que nacessita de muita conversa para fazermos da melhor maneira...

bjs

Avozinha disse...

Concordo contigo 100%! Inicia aí uma campanha, que vais ter muitos apoiantes. Eu também sou a favor de educação sexual, mas que os pais sejam quem impõe as regras. Se, como prof, ainda me obrigarem a dar Educação Sexual, vou dar com base nos meus valores. De outra forma não me seria possível.

disse...

Percebo a sua reacção. Se fosse Mãe sentiria a mesma inquietação. Como professora de Biologia faço o melhor que posso tentando conciliar a perspectiva que tenho do que deve ser a educação para os afectos com a das famílias. Mas é complexo e muito melindroso. Abundam casos difíceis de trabalhar por razões muito diversas. A demissão dos Pais relativamente à educação das crianças e dos jovens é maior do que possa pensar! Vamos indo, um dia de cada vez...

Bjinho

Vilma disse...

Agradeço os vossos contributos, minhas amigas.
As vossas questões e anseios, são os meus também.
Infelizmente, percebo que cada vez mais, se procede ao contrário, que os valores estão todos trocados e que na verdade, somos muitos os que percebem isto mas ficamos no silêncio.
Mea culpa também!

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