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terça-feira, 19 de abril de 2005

Memórias

Para acabar bem o dia de ontem, eu e a filhota estivémos a brincar com dois cachorrinhos de 3 semanas.
Não pude deixar de sentir uma saudade muito grande, ao olhar para o cuidado com que a minha filha pegava nos cachorrinhos, mostrando que já sabe a diferença entre um peluche e um verdadeiro. O olhar dela cheio de ternura, deixou-me tão feliz por sentir que ela já ama estas pequeninas criaturas. E fez-me devolver certas memórias da minha infância.

Tive o privilégio (considero como tal) de viver parte da minha infância e adolescência no campo.
Vivi peripécias e aventuras fabulosas. E ontem, como que num flash, recordei-me:
  • Que pouco brinquei com bonecas. As minhas bonecas eram os gatinhos, cãezinhos, coelhinhos... tudo o que eu apanhava, ia para o meu carrinho passear. E os bichos deliravam com isso!
  • Da mentira que me contavam para não me magoarem: quando os gatinhos nasciam, alguns iam para o "pai" deles... e eu, inocente, acreditava que o pai deles ia tratar bem dos gatinhos.
  • Do dia que descobri que afinal, o "pai", era um balde cheio de água, para afogar os pobres gatinhos: abri o balde e vejo os gatinhos afogados... consegui ainda retirar um que nadava e coloquei-o junto da mãe, sem ninguém saber, até passar um tempo. Tornou-se um lindo gatão!
  • Da minha aflição quando via a traquina da minha irmã afogar os pintos no lago e atropelar os patinhos com o triciclo! Ou então, a torcer as caudas dos pobres gatos...!
  • Da corrida de obstáculos que fiz em poucos segundos, batendo qualquer recorde, quando tive que fugir de um galo furioso, porque eu estava a meter-me com as galinhas dele: nunca mais corri tão rápido e saltei videiras como naquele dia!
  • Do desgosto que tive quando uma vez descobriram um ninho de ratinhos minúsculos e eu queria ficar com eles...!
  • E muitas, muitas mais....
  • Mas, acima de tudo, ficam as boas recordações de todo o contacto com esta vida. Porque hoje, chego à conclusão, que mesmo com todo o conforto que temos, com toda a tecnologia e progresso, não há jogos de computadores, "playstations", centros comerciais, etc. , que substituam o prazer de viver livre, fora de quatro paredes, em contacto com a natureza maravilhosa que o Criador preparou para nós desfrutarmos.

E ontem, por um breve momento, pude ver no brilho do olhar da minha filha, o mesmo brilho que eu tinha quando pegava num cachorrinho. Foi um momento tão bom!

10 comentários:

Anna^ disse...

Quanta ternura nesta descrição...momentos únicos ,foi sem dúvida o que transmitiste.Feliz de quem teve assim uma infância!

bjokas ":o)

Xuinha Foguetão disse...

Como eu te percebo!
Passei sempre as minhas férias desde os 4 anos na casa da minha avó, no meio do monte...
As aventuras que eu lá passei não cabem aqui. Sem luz o q significa sem televisão, sem computadores, sem nada. Andava sempre cá fora, atrás dos animais! Tinha e continuo a ter uma predilecção pelos coelhos! Foram dias que não esqueço até hoje e sempre que posso dou lá um salto para matar saudades e saber q aquele paraíso ainda existe!
Beijocas enormes para as duas,
Xuinha

carlag disse...

Não perdi a esperança de um dia, talvez, daqui a uns anos, ir viver p´ro campo.
Jokas

Margarida Atheling disse...

A sorte que eu tenho...!
Bjs!

Ana disse...

sempre vivi no "campo", rodeada de todo o tipo de animais... lembro-me das tardes quentes de verao, quando ia ajudar o meu avo a regar o pomar, e a medida que ia regando ia comendo a fruta directamente da arvore, ora uma ameixa, um pessego, maca, pera... que saudades que me deste agora... jokas

Unknown disse...

Olá, quando comecei a ler o teu blog pensei onde me levará este post.Fiquei encantada atravez dele consegui ver-me no meu passado na quinta onde se brincava só dentro de grandes portões trancados onde nada de mal nos acontecia, onde conviviamos com toda a bicharada da casa como complementos do nosso viver era o cantar da galinha que tinha ido por o ovo era o ladrar do cão porque queria participar na nossa bincadeira, mas n/ podia porque estava preso, eram os coelhos que batiam tacam sempre que nos tentavamos aproximar dos filhos, eram as bonecas que faziamos e colocavamos barba de milho a servir de cabelo eram os banhos nos tanques, não´há filme infantil ou qualquer coisa neste tempo que se aproxime da beleza e do humanismo em que eu vivi e pelos vistos tu também.Um beijo

dinorah disse...

Tive muita sorte de crescer rodeado por seres vivos das mais variadíssimas espécies e isso tornou-me uma pessoa diferente, penso eu! Já vi que a ti funcionou maravilhosamente! Não será este contacto com a natureza que nos torna mais humanos?...

um beijinho grande

Euroafricana disse...

Memórias que nos aconchegam e tornam-nos melhores!
Eu também tenho em casa um cachorrinho só por causa dos meus filhos...eles adoram-no!
Bjos e tem um bom dia!

Fernanda disse...

Na verdade são desse tipo de recordações que nós somos feitos!
Cabe a nós, mães, proporcionar recordações similares (das boas!) na vida dos nossos filhotes!.
Um abraço
~º(",)º~
Fernanda

Sara CS disse...

Tens de arranjar uns gatinhos para a Toty! :)

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