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terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Realidade, virtualidade... anestesiados

É estranho o virtual. Hoje em dia somos objectos do virtual, seja em televisão seja no mundo da net.
Criam-se amizades virtuais, entramos no mundo de outros virtualmente, vimos imagens tremendas como a do tsunami na Ásia... mas ao mesmo tempo tudo parece irreal. As coisas passam-nos ao lado. Até podemos sentir e viver a tristeza e problemas de amigos virtuais, chocarmo-nos com as imagens que invadem os nossos lares dia após dia e sentir alegria com a alegria de outros, mas a verdade é que tudo isso acaba por nos deixar anestesiados à realidade.
E quando ela acontece na nossa própria vida, conosco ou com alguém muito próximo, quando acontece algo de chocante, parece que é irreal.
Mas não. A questão é que à medida que coisas tremendas acontecem, da 1ª. vez ficamos chocados, da 2ª. nem tanto e à 3ª. não ligamos. E vamos seguindo, cada vez mais anestesiados. O que nos chocou em determinada altura, rapidamente passa ao esquecimento. E até é fácil descartar amizades virtuais. Afinal, não os vemos olhos nos olhos....
Olho e vejo que neste tempo que vivemos, com tanta maneira de nos comunicarmos, onde é possível chegar a quase todos os cantos do mundo por meio da comunicação e vivermos numa chamada "aldeia global", nunca houve tanta falha de comunicação entre o ser humano, começando dentro dos lares, entre conjugues e filhos; a solidão é imensa e apesar de vivermos rodeados de pessoas, o ser humano sente-se cada vez mais só. Porque é tão fácil fazer amizades virtuais e não deitamos mão a quem está ao nosso lado?
Que grito é este que se pode ouvir? De onde ele vem?

2 comentários:

lidia disse...

É mesmo,somos mesmo objectos do virtual.
Ficamos tristes quando as nossas amigas virtuais ficam tristes,ficamos contentes quando elas estao felizes.
No fundo,somos como se fossemos amigas do dia a dia sem ser virtual.
beijos

Margarida Atheling disse...

Uma coisa não impede a outra. O facto de ter amiga virtuais não significa que não esteja atenta ao que se passa ao meu lado. O que aconteceu foi que alarguei o espaço que consigo abarcar: mais pessoas, de locais diferentes, com vidas diferentes...
Foi uma coisa que acrescentei à minha vida e não uma alternativa às pessoas que vivem ao meu lado.

Mas concordo que a exibição de dramas repetidas vezes, sobretudo nos noticiarios, nos anestesiam, e nos deixam menos dispertos para os problemas aqui ao lado.

Bjs

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