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quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

Segredos....

Eu consigo guardar segredos, quando me pedem para guardar. Se não me pedem, conto ou não, dependendo da importância do segredo, da pessoa envolvida; enfim, se não quiserem que eu conte um segredo, o melhor mesmo é pedirem que eu não conte... e posso garantir, não conto!
E ontem fiquei surpreendida, com a minha filhota, tão pequenina, mas já tão leal à causa dos segredos.
Normalmente, quando lhe pergunto certas coisas do dia, ela conta-me tudo. Não vai mais a detalhes, pela dificuldade que ela ainda tem em encontrar palavras. Mas eu vou perguntando e dirigindo a conversa e ela vai-se saindo.
Conta-me muita coisa mesmo.
Mas na Terça-Feira, ela e a prima (mais velha um ano, logo com 3) envolveram-se as duas numa descoberta fantástica para a Vitória: a prima já tem permissão para durante alguns minutos no dia, mastigar pastilhas elásticas. A minha já me tem pedido, mas eu não a deixo.
Então, a prima resolveu satisfazer o desejo da minha filha. Elas, pensando que não estavam a ser observadas, começam esta aventura: a Margarida tira uma pastilha pra si e depois pergunta à Vitória se ela quer também. Bem, quanto ao ar das duas, de satisfação a comer as pastilhas, não descrevo, porque só vendo. Fingi que não me apercebi do que se estava a passar, até que a Margarida chamou-me a atenção:" Tia, a Toty está a comer pastilhas!" - "E quem lhe deu as pastilhas?" - perguntei, com um ar muito espantado! - "Fui eu!", disse ela.
A coisa mantêm-se, eu e o resto da familia a fazer um esforço para não nos desmancharmos a rir com a cena.
Então, a minha irmã assite a esta cena, minutos mais tarde: as duas muito compenetradas a mastigar as pastilhas e a Margarida a dizer à Vitória: "Olha, não dizes ao teu pai que eu di pastilhas, não?". Outro esforço para não rir.
Ontem, contei a cena ao pai da Toty. E quando ela apareceu, eu perguntei: "Filha, o que foi que a prima te deu ontem, que tu comeste? Já contaste ao pai?"
Meu espanto!!!! Em outras ocasiões, a minha filha conta logo. Mas ontem, fiquei a conhecer outro aspecto do seu carácter: saber guardar um segredo e ser leal!
Então, não é que o "pivete", como lhe chama o meu marido, coçou a cabeça, franziu o sobrolho, mudou o assunto e desapareceu, durante 10 minutos da nossa presença.
Quanto voltou, com o seu boneco, olhou-nos para ver se a conversa estava esquecida.
E pronto, não se voltou a falar no assunto.
Segredo é segredo e fico feliz por ver que ela, tão pequenina e sem saber bem o que é um segredo, já os sabe guardar quando lhe pedem.
Gostava que ela no futuro não tivesse segredos para mim... vamos ver!
Ao fim e ao cabo, todos temos os nossos próprios segredos e muitos deles, só nós e Deus sabem. Mais ninguém!


1 comentário:

Anónimo disse...

Adorava ter visto as duas formigas armadas em senhoras a comer pastilha. Só de imaginar fartei-me de rir!
Ana Rute Cavaco

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