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segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

Ainda o amor II....

Sem sombra de dúvida, o amor é a maior força do Universo. Ele tem a sua fonte em Deus, que é Amor.
No entanto, sendo a maior força existente, o amor não pode ser forçado. Ninguém pode forçar alguém a amar. Nem Deus, com todo o Seu poder, força alguém a amá-Lo. Ele atrai-nos com o Seu amor, mas não nos força a amar. Até podemos ter a fé que crê, mas sem amor. No entanto, fé sem amor, de nada vale. Li certa vez que "fé sem amor gera fanatismo". Concordo. O nosso mundo é disso imagem.
E como mãe adoptiva tenho aprendido tanto sobre isso. De que maneira!
Quando a Vitória entrou nas nossas vidas, eu já a amava. No entanto, não a podia forçar a amar-me. Só podia atraí-la com o meu amor, esperando que ela também aprendesse e escolhesse amar-me.
Quantas vezes me doeu a alma e o coração, por vê-la rejeitar o meu carinho, o meu abraço, o meu beijo....! Eu, com tanto amor para lhe dar, mas ela, com toda a armadura que criou dentro de si, com apenas 12 meses de vida, não queria. Qual o bebé que não gosta de ser mimado, acarinhado nos braços de uma mãe? Mas ela não queria. Isso doía demais em mim. Por ela e por mim!
Por ela, porque eu sabia e compreendia a razão de ela agir assim: 6 meses num hospital outros 6 numa casa de acolhimento. Tratada com todo o carinho e atenção, mas ela sabia que alguma coisa faltava. E até ela se render, foi um ano de conhecimento, de conquistas, de sarar feridas, até que ela se deixasse envolver pelo nosso amor e escolhesse amar-nos.
Não há palavras para descrever este ano e todas as experiências vividas. Num ano, nunca chorei e ri tanto. Nunca senti tanta alegria e tristeza. Ora num vale, ora numa montanha.
Até finalmente, ver que o amor, mais uma vez, venceu!
Ela desabrochou e é maravilhoso vê-la olhar para nós com um carinho profundo, lançar-se nos nossos braços com alegria, entregar-se sem reservas ao nosso amor. Agora, é ela mesma que pede:"Mamã, quero miminho!" AH! Que coisa boa que é. Há palavras para descrever? Não.
E neste ano é como se Deus me quisesse mostrar um pouco do Seu próprio coração também.
O quanto Ele nos amou e ama. Mas, Ele não força esse amor. Atrai-nos a Si.
Só que com um coração de criança, é fácil deixar o amor entrar.
Mas, muitas vezes, depois de adultos feitos, com muitas feridas, mágoas, incredulidade, já estamos com o coração fechado ao amor de Deus. E não escolhemos amá-Lo. Rejeitamos até o Seu amor.
Quanto, mas quanto perdemos por isso!

2 comentários:

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

Sim, a experiência dela de vida é marcante.Mas olha, também tem a ver com feitios. Eu lembro-me de muito pequenina, detestava abraços, beijos e muitos apertos. lembro-me de toda a gente comentar do meu desprendimento...E muitas das vezes isso não tem a ver com amar ou não.

Basta ver a forma como ela olha para ti!

Vilma disse...

É verdade, nem todos nós temos a mesma linguagem de amor. O que para mim representa a demonstração de amor (ex:abraços, carinhos, beijos), não o é para outro. Eu não digo que ela não me amasse, mas doía muito a rejeição. Vê: ela hoje já é diferente, porque aprendeu, tal como eu, a amar-me. Ela não é aberta a terceiros, mas com os que lhe são próximos, ela é hiper-carinhosa e meiguinha. Porquê? Porque foi atraída pelo amor que lhe tenho, apesar de ela gostar acima de tudo, de se sentir segura e ter a minha presença.

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